
Escrito por: Vanessa Corrêa
Ao unificar todos os registros do aplicativo Ictio e da plataforma web até 7 de abril de 2022, o Ictio reuniu 88.018 observações em 50.365 listas de pesca (eventos de pesca), resultado do trabalho de 504 pessoas e instituições que participam ativamente e compartilham dados no Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia. Essas informações foram geradas a partir de 151 bacias da Amazônia que constituem 75,9% do total das 199 bacias nível BL4 – o quarto dos sete níveis hierárquicos de detalhamento de bacias segundo Venticinque et al . 2016 e Um novo sistema de informação geográfica (GIS) sobre bacias e rios ).
Os usuários enviaram seus dados através do aplicativo Ictio e da plataforma web Ictio.org . Destacamos especialmente a contribuição de cientistas-cidadãos vinculados aos nossos parceiros do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e a Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema), que fizeram importantes contribuições na região do canal principal do rio Amazonas (entre Juruá e Negro) e do rio Tefé , e na região do Rio Tapajós e a região do Canal Principal da Amazônia Central, respectivamente. As atividades realizadas pelas entidades parceiras permitiram que o número de cadastros no aplicativo Ictio decolasse, já que aos poucos estão retornando ao trabalho em campo, seguindo os protocolos de prevenção à COVID-19. O número de usuários está aumentando e os usuários antigos estão se reconectando e aproveitando a versão atualizada do aplicativo, Ictio 3.0 [ link para download ].
A Figura 1 mostra o número de listas compartilhadas com o aplicativo e plataforma Ictio pela sub-bacia BL4. Nela, destaca-se a bacia do rio Amazonas/ Solimões (entre Juruá e Negro) com 12.650 listas, seguida da bacia do rio Tefé com 5.463 listas.

Figura 1: A partir de 7 de abril, a Ictio totalizava 88 018 observações em 50 365 listas de peixes (eventos de pesca). Estas informações foram geradas em 151 bacias amazônicas, que constituem mais de 75% do total das 199 bacias BL4, resultado do trabalho de 504 indivíduos e organizações. Dados consultados em 7 de abril de 2022. Fonte: Ictio.org Preparado por: Wildlife Conservation Society
Também, até o último trimestre, 8 808 listas foram registradas com o pedido de Ictio, o que representa um aumento de 17% em relação ao trimestre anterior (7 556 listas). A Figura 2 mostra o número de listas compartilhadas com a aplicativo Ictio em cada bacia BL4. A bacia com mais listas de peixes compartilhadas com a aplicativo nestes quatro anos foi Amazonas (acima de Jandiatuba).

Figura 2. Até o dia 07 de abril, o aplicativo Ictio reuniu 15.097 observações em 8.808 listas de peixes. Esses dados são provenientes de 75 bacias BL4. A bacia com maior número de listas cadastradas pelo aplicativo foi a Amazonas (acima de Jandiatuba), com 3.110 listas de peixes do período entre 1º de abril de 2018 a 7 de abril de 2022. Dados consultados em 7 de abril de 2022. Fonte: Ictio.org Elaboração: Cornell Lab of Ornithology
Entre abril de 2018 e abril deste ano, Semaprochilodus insignis (veja nomes comuns abaixo) se destacou como a espécie mais observada entre os registros compartilhados tanto pelo aplicativo quanto pela plataforma (Ictio.org). Em um ranking das dez espécies com maiores observações (Figura 3 ), S. insignis é seguido por Colossoma macropomum com 6.292 observações e Prochilodus nigricans com 5.323 observações.

Figura 3. O número de observações das dez espécies mais registradas no aplicativo e plataforma ( Ictio.org ) até o último trimestre foi de 40.148 observações, de um total de 88.018 observações. Para nomes comuns, consulte o glossário abaixo. Dados do período entre abril de 2018 a abril de 2022 e consultados em 7 de abril de 2022. Fonte: Ictio.org Produção: Wildlife Conservation Society
Se considerarmos os registros feitos apenas com o aplicativo Ictio, Prochilodus nigricans se destacou mais uma vez como a espécie mais observada, seguido pela Triportheus sp. e a família Anostomidae.
Dada a importância ecológica e econômica da P. nigricans, é importante o acompanhamento desta espécie durante a vida pelo Ictio através de um mapa de sua distribuição entre as bacias BL4. A Figura 4 apresenta os percentuais de listas de peixes nas bacias BL4 que incluem registros da P. nigricans – sua presença em cabeceiras e grandes rios é amplamente conhecida na Bacia Amazônica, e os registros do aplicativo e da plataforma ( Ictio.org ) comprovam isso. No último trimestre, a P. nigricans também se destaca como a espécie com mais observações, seguindo a tendência de observações dos dados acumulados com o aplicativo desde abril de 2018.

Figura 4. Percentual de listas do aplicativo e plataforma web com presença de Prochilodus nigricans (por sub-bacias de nível BL4 entre abril de 2018 e abril de 2022. O mapa mostra a presença de P. nigricans desde a foz até as cabeceiras do Amazonas. Dados consultados em 7 de abril de 2022. Fonte: Ictio.org Elaboração: Cornell Lab of Ornithology
A bacia de nível BL4 com maior número de listas foi a formada pelo canal principal do rio Amazonas/Solimões (entre Juruá e Negro), que está localizada em território brasileiro; seguido pelas bacias dos rios Tefé e Madeira (acima do Jamari) também no Brasil ( Figura 5 ). Isso destaca o trabalho de nossos parceiros do IDSM e da Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), que têm trabalhado arduamente no engajamento de pescadores, estudantes, comunidades ribeirinhas e pessoal relacionado ao ecoturismo.
Fonte: Ictio.org Produção: Sociedade de Conservação da Vida Selvagem Figura 5. Classificação das dez bacias BL4 com mais listas cadastradas no último trimestre. Destacam-se as bacias do Amazonas/Solimões (entre Juruá e Negro), Tefé e Madeira (acima de Jamari). As dez bacias perfazem um total de 6.787 listas de peixes cadastradas, de um total de 50.365 listas de peixes. Dados consultados em 7 de abril de 2022.
Da mesma forma, entre abril de 2018 e abril de 2022, o maior número de cientistas-cidadãos usando o aplicativo Ictio se encontra na bacia BL4 Beni (acima de Madidi) onde nosso parceiro WCS Bolívia lidera a implementação do Ictio, seguido pela bacia BL4 Amazonas (acima de Jandiatuba) onde nossos parceiros do Instituto do Bem Comum (IBC) estão articulando atividades coletivas com comunidades indígenas realizando monitoramento participativo. O usuário mais ativo registrou 332 listas na bacia do rio Madeira (acima do Jamari), no estado de Rondônia, no Brasil, onde está localizada a Ecoporé, que trabalha com pescadores e estudantes. Esses bons resultados destacam o trabalho produtivo de nossos parceiros da Rede Ciência Cidadã para a Amazônia durante esses quatro anos.
Ictio é possível graças ao apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, que promove a descoberta científica, a conservação do meio ambiente, um melhor atendimento aos pacientes e a preservação do caráter especial da área da Baía de São Francisco.
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Conheça os gêneros ou nomes científicos e nomes comuns por país!
Anostomidae: Ruta (Bolívia); aracu, aracu cabeça – gorda, piau (Brasil); liso, cheo, guaracu (Colômbia); liso, tanla (Equador); liso (Peru).
Arapaima sp.: Paiche (Bolívia); pirarucú (Brasil); pirarucu, paiche, piracucú (Colômbia); paiche (Equador); paiche (Peru).
Braquiplatistoma rousseauxii: Dorado (Bolívia); dourada (Brasil); prata, ouro (Colômbia); prata (Equador); ouro, zúngaro ouro (Peru).
Colossoma macropomum: Pacú, tambaqui (Bolívia); Tambaqui (Brasil); cachama negra, garoupa, gamitana (Colômbia); paco (Equador); gamitana (Peru).
Mylossoma albiscopum: pacupeba (Bolívia); pacu-comum (Brasil) e palometa (Colômbia , Equador e Peru).
Pimelodus sp.: Chupa, griso (Bolívia); Mandi (Brasil); Picalón , nicuro (Colômbia); Barbudo, bagre, bagre , cunshi , buluquique (Equador); bagre, cunchi (Peru).
Prochilodus nigricans: Sábalo (Bolívia); curimatã, curica ou papa-terra (Brasil); Bocachico (Colômbia e Equador); challua (Equador) e boquichico (Peru).
Pseudopatistoma fasciatum: Pintado, sorubí (Bolivia), surubim (Brasil), pintadillo rayado (Colombia), pintadillo tigre (Ecuador), y doncella (Perú).
Pseudoplatystoma sp .: Surubíes (Bolívia); Surubins (Brasil); Pintadillos (Colômbia); Pintadillos (Equador); Doncella (Peru).
Semaprochilodus insignis: Sabalín, sabalina (Bolívia); Jaraqui – escama – grossa, jaraqui-açu (Brasil); Bocachico, yuraki, thick scale, yai, yairi, bandera (Colômbia); Bocachico (Equador); Yahuarachi, yaraquí (Peru).
Triportheus sp.: panete (Bolívia); sardinhas (Brasil); sardinha (Colômbia e Peru) e pechón e sapamama (Equador).